Digamos que o menu foi um bocado forçado. Nenhum de nós tinha moedas para tirar o que quer que fosse da máquina que havia no albergue e como também não havia nenhum café por perto tivemos que recorrer às sobras do jantar do dia anterior.
Inédito para uns hábito para outros, lá comemos a massa, como é costume num dia de prova!
Saímos do albergue ainda o sol estava envergonhado e subimos até às ruínas do Hospital Real de Montouto, fundado em meados do século XIV por Pedro El Cruel.
Pensámos que seriamos os primeiros a alcançar este marco mas o feito já pertencia a um simpático e ágil peregrino que antes de partirmos se ofereceu para nos tirar uma foto.
Logo a seguir entrámos num single-track espectacular que parecia não ter fim.
Durante umas horas andámos num sobe e desce constante até que chegamos a Castroverde onde parámos para comer, advinhem...uma baguete. O dia já não era a mesma coisa sem a baguete! :)
20kms depois estávamos a entrar em Lugo. Seguimos as setas até chegar à porta de S.Pedro, uma das dez da grandiosa e imponente muralha romana que rodeia a zona histórica da cidade.
Entrámos e fomos até à catedral. Tirámos umas fotos à fachada e fomos visitar o interior. Infelizmente estava em obras mas ainda assim foi possível ver alguma coisa. Aproveitámos a paragem para comer mais qualquer coisa e carimbar a credencial.
Saímos de Lugo e andámos uns bons kms em estrada mas sempre a subir, de vez em quando lá apareciam uns trilhos para desenjoar mas quando começávamos a tomar-lhe o gosto voltávamos à estrada. Até ao momento ainda não tínhamos andado durante tanto tempo por estrada.
Andámos mais um bocado por estrada até que chegámos à aldeia de Águas Santas. Como a água ali era ou foi em tempos santa nós achámos por bem atestar os bidons numa fonte à beira do caminho. Por esta altura já tinhamos 82kms nas pernas, fora os acumulados dos dias anteriores, e comentámos entre nós que a partir dali até Melide devia ser sempre a descer ou no máximo plano. Houve até quem afirmasse de forma irónica que: “O caminho agora vai passar lá ao fundo naquelas eólicas!”. Nesse momento a piada não caiu muito bem! :) Mal sabíamos nós que íamos lá passar!
Custou um bocado a chegar ao topo do monte mas valeu a pena porque a vista era espectacular e porque finalmente não havia mais nada para subir até Melide. Restava descer e rolar mais alguns kms...
O albergue de Melide, de todos em que ficámos, foi o maior e o que tinha melhores condições derivado a albergar peregrinos que fazem o caminho francês.
Depois de nos instalarmos fomos procurar um sitio calmo para jantar. Optámos pelo restaurante da pousada Chiquitín situada na rua do albergue. O restaurante tinha óptimo aspecto e um atendimento muito bom. Jantámos que nem uns reis por um preço bastante aceitável. Recomendamos!
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