quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

[Rescaldo] 3h Resistência FAG - Marinha Grande

Depois das 3h de Resistência de Mortágua, mais 3h agora na Marinha Grande. Com um percurso rolante de +/-7kms por volta e com apenas 40m de acumulado por volta foi uma prova a resistir ao ritmo elevado. Terreno em pinhal com algumas zonas arenosas e duas zonas de escadas com meta no Parque Municipal de Exposições da Marinha Grande deram para quase 80km's a bom ritmo que culminaram num bom almoço.


Parabéns à organização da Associação do Casal Galego que montou uma boa estrutura para acolher os atletas e ainda proporcionou muitos brindes aos mais afortunados e bons troféus característicos da região do vidro.
A inscrição deu ainda direito a visitar a 22ª Feira Nacional de Artesanato e Gastronomia.







Classificação:
Carlos Figueiredo
19º/151 Geral - 6º/33 Elite
Tempo total - 3h09:33.2 - 11 voltas

Classificações em http://www.sportchip.net/site/index.php/resultados/80-2011-12-04-3o-resistencia-fag-marinha-grande

Fotos em https://picasaweb.google.com/102367817730596823783

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

[Rescaldo] 3 horas resistência de Mortágua

Numa fria manhã de Outono, três atletas do Geotrilhos BTT apresentaram-se à partida das 3 horas de resistência de Mortágua.

A competição iniciou-se frente ao cineteatro local onde estava situada a linha de meta, e decorreu num circuito com perímetro de 8km composto por trilhos muito variados, que iam desde singletracks bastante técnicos, até descidas com pendente acentuada onde a adrenalina dos concorrentes era levada ao extremo.

Dada a partida, os 207 concorrentes lançaram-se pelas ruas de Mortágua na direcção dos ansiados trilhos. À medida que a competição decorria, efectuava-se o escalonamento normal dos concorrentes de acordo a valia física e determinação de cada um.

A prova dos nossos atletas decorria sem percalços de maior, permitindo aos nossos atletas rodar com consistência dentro dos 30 primeiros da categoria solo até ao momento em que o Daniel Carvalho viu a corrente da sua bicicleta partir-se em dois pontos na última volta. Sem ferramenta disponível no local para efectuar a reparação, viu-se forçado a encetar uma corrida para terminar a competição com a bike à mão.

O evento terminou como é hábito neste tipo de evento: sentados à mesa a degustar um retemperador almoço, com o subsequente sorteio e distribuição de lembranças aos premiados.




Classificações:

32º 54 Carlos Figueiredo Geotrilhos BTT Elite [11º] 7 3h00:08.2 +2 Voltas 24:37.2 56,700
41º 42 Rui Paulo Andrade Pinheiro Geotrilhos BTT Veterano [10º] 7 3h03:52.4 +2 Voltas 25:23.1 56,700
45º 99 Daniel Gonçalves Carvalho Geotrilhos BTT Elite [17º] 7 3h09:48.8 +2 Voltas 25:01.0 56,700

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

[Rescaldo] Blackbulls Marathon & Quiaios BTT



Classificação Geral 80kms - Carlos Figueiredo – 22º/73 com 4h10 
Classificação Elites-Sub23 - Carlos Figueiredo – 8º/17

 


Classificação Geral 43kms - Carlos Figueiredo 12º/81 com 2h09 
Classificação Elites-Sub23 - Carlos Figueiredo 5º/20

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

[A caminho de Santiago pelo caminho S.Salvador e Primitivo] Etapa 6 - 07 Outubro: Melide - Santiago de Compostela

Apesar do número de pessoas que estavam a dormir na nossa ala do albergue foi possível descansar durante a noite. Acordamos relativamente cedo mas já com o albergue praticamente vazio.
Depois do esforço extra do dia anterior os 55 km que nos separavam de Santiago tinham um significado diferente, quase como se fosse o primeiro dia a pedalar. Já não havia dúvidas que íamos conseguir terminar o caminho e cumprindo as datas a que nos tínhamos proposto.
O albergue foi esvaziando e depois de feitas as compras para o pequeno-almoço, na padaria/minimercado que se encontra em frente ao albergue, apenas sobrava o nosso grupo e 2 companheiros de bicicleta que viemos a perceber serem portugueses, também a fazer o caminho Primitivo, e que tinham seguido à nossa frente nos últimos 3 dias. Depois de trocar algumas impressões e de tomar um café para animar e aquecer iniciamos finalmente a etapa.
Um pouco de estrada, até sair da zona mais urbana de Melide, mal deu para aquecer e estávamos de volta ao caminho, passando pela igreja de Santa Maria.
Sendo Melide o ponto de encontro entre o caminho Francês e o Primitivo já estávamos a contar com o aumento do número de peregrinos. Mas uma coisa é partilhar o espaço do albergue e outra, completamente diferente, é partilhar o caminho em si, principalmente depois de 5 dias com o percurso praticamente por nossa conta.


Até chegarmos a Santiago passamos por algumas dezenas de pessoas a pé, das mais variadas nacionalidades. Não estando equipados com qualquer tipo de campainha ou algo que assinalasse a nossa presença passamos muito do percurso a inventar formas de chamar a atenção a quem seguia a pé à nossa frente, falando e rindo alto, por exemplo, muitas das vezes coisas sem nexo, apenas para fazer barulho. Mesmo assim ficam na memória a reacção de algumas das pessoas com quem nos cruzamos, como 2 senhoras que se abraçaram no meio do caminho em perfeito terror, ou algumas que corriam aos ziguezagues com as mãos a proteger a cabeça, ou o senhor italiano que gritou “vem ai mais 2!” para avisar o grupo em que seguia da nossa presença.
Nessa altura o nosso grupo já se tinha separado, o Daniel e o João, seguiram no ritmo acelerado em que apetecia andar naquele terreno (há uma teoria de que foi a sua passagem que provocou todo o terror nos caminheiros), e o Fernando e o Pedro que foram parando para documentar o passeio, colocar mais uns carimbos nas credenciais e tentando não assustar (ainda mais) as pessoas.

Apesar de haver subidas o caminho parecia plano e os quilómetros faziam-se a bom ritmo, alternando entre alguns estradões, pequenos single-tracks e algumas ligações em asfalto.

Um pormenor que nos saltou à vista foi a vertente mais comercial desta etapa. Como exemplo encontramos poucas fontes mas havia máquinas de venda automática com abundância. Nos cafés que iam aparecendo os peregrinos juntavam-se em grandes grupos.
Percebemos também porque muitas das pessoas apenas caminhavam com uma pequena mochila nas costas ou mesmo sem nada, pois ao longo do percurso cruzámo-nos uma série de vezes com carrinhas que se dedicavam a levar mochilas de campismo de um albergue para o outro, tornando assim a caminhada muito mais confortável.
Em Lavacolla, praticamente no final da etapa, o grupo juntou-se novamente, aproveitando para fazer pela primeira vez nos últimos 6 dias um almoço de faca e garfo, num pequeno café.
A ementa não prometia nada de bom para a saúde, com grande abundância de fritos. Influenciados em parte pelo volume da dona do estabelecimento optamos por um saudável (!) caldo galego e pelas inevitáveis sandes.


Depois de aconchegar o estômago seguimos para os quilómetros finais.
Ao chegar ao Monte do Gozo, paramos para mais um carimbo na credencial. Aproveitamos para visitar um monumento que entre outras coisas comemora a peregrinação do Papa João Paulo II mas que também serve para que muitos peregrinos deixem pequenas lembranças e mensagens.

Depois da última descida em terra entramos na área urbana de Santiago de Compostela, deixando de nos preocupar em desviar de peregrinos e passando a preocupar com o transito.
Já no centro histórico percorremos as ruas de pedra, até que 480km depois da partida em Léon, já não havia conchas para seguir… chegávamos ao destino, a Catedral de Santiago.
Quem já fez o caminho, qualquer um, sabe que o que se sente ao entrar naquela praça é especial. E desta vez não foi diferente.

A alegria de atingir a meta não se pode esconder.

Tal como nós, outros peregrinos faziam da praça o local de descanso deixando bicicletas e mochilas pelo chão.

A loucura já tomava conta de alguns…

Depois da foto seguimos para a Oficina do Peregrino para carimbar a credencial pela última vez e levar para casa a Compostela.

Para terminar a peregrinação voltamos à Catedral para uma visita ao seu interior e o túmulo de Santiago.
Já com o sentimento de missão cumprida fomos descansar. Podia ser assim que terminava este relato mas não. Isso tudo porque a organização deste evento épico ainda tinha algumas surpresas reservadas.

[A caminho de Santiago pelo caminho S.Salvador e Primitivo] Etapa 5 - 06 Outubro: Padrón - Melide

Íamos para o 5º dia consecutivo a pedalar e pela primeira vez não íamos comer pão ao pequeno almoço! O pão já não estava a resultar...Não seria uma verdadeira aventura se pelo menos um dia não houvesse massa ao pequeno-almoço! :)
Digamos que o menu foi um bocado forçado. Nenhum de nós tinha moedas para tirar o que quer que fosse da máquina que havia no albergue e como também não havia nenhum café por perto tivemos que recorrer às sobras do jantar do dia anterior.
Inédito para uns hábito para outros, lá comemos a massa, como é costume num dia de prova!
Saímos do albergue ainda o sol estava envergonhado e subimos até às ruínas do Hospital Real de Montouto, fundado em meados do século XIV por Pedro El Cruel.


Pensámos que seriamos os primeiros a alcançar este marco mas o feito já pertencia a um simpático e ágil peregrino que antes de partirmos se ofereceu para nos tirar uma foto.




Logo a seguir entrámos num single-track espectacular que parecia não ter fim.



Durante umas horas andámos num sobe e desce constante até que chegamos a Castroverde onde parámos para comer, advinhem...uma baguete. O dia já não era a mesma coisa sem a baguete! :)
20kms depois estávamos a entrar em Lugo. Seguimos as setas até chegar à porta de S.Pedro, uma das dez da grandiosa e imponente muralha romana que rodeia a zona histórica da cidade.


Entrámos e fomos até à catedral. Tirámos umas fotos à fachada e fomos visitar o interior. Infelizmente estava em obras mas ainda assim foi possível ver alguma coisa. Aproveitámos a paragem para comer mais qualquer coisa e carimbar a credencial.


Saímos de Lugo e andámos uns bons kms em estrada mas sempre a subir, de vez em quando lá apareciam uns trilhos para desenjoar mas quando começávamos a tomar-lhe o gosto voltávamos à estrada. Até ao momento ainda não tínhamos andado durante tanto tempo por estrada.


Andámos mais um bocado por estrada até que chegámos à aldeia de Águas Santas. Como a água ali era ou foi em tempos santa nós achámos por bem atestar os bidons numa fonte à beira do caminho. Por esta altura já tinhamos 82kms nas pernas, fora os acumulados dos dias anteriores, e comentámos entre nós que a partir dali até Melide devia ser sempre a descer ou no máximo plano. Houve até quem afirmasse de forma irónica que: “O caminho agora vai passar lá ao fundo naquelas eólicas!”. Nesse momento a piada não caiu muito bem! :) Mal sabíamos nós que íamos lá passar!


Custou um bocado a chegar ao topo do monte mas valeu a pena porque a vista era espectacular e porque finalmente não havia mais nada para subir até Melide. Restava descer e rolar mais alguns kms...
O albergue de Melide, de todos em que ficámos, foi o maior e o que tinha melhores condições derivado a albergar peregrinos que fazem o caminho francês.
Depois de nos instalarmos fomos procurar um sitio calmo para jantar. Optámos pelo restaurante da pousada Chiquitín situada na rua do albergue. O restaurante tinha óptimo aspecto e um atendimento muito bom. Jantámos que nem uns reis por um preço bastante aceitável. Recomendamos!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

[A caminho de Santiago pelo caminho S.Salvador e Primitivo] Etapa 4 - 05 Outubro: Campiello - Padrón

Apesar de estarmos a partilhar o espaço com mais 15 peregrinos conseguimos descansar e acordar relativamente cedo, mas já com a maioria dos caminheiros no caminho. O nevoeiro e o frio que apareceram durante a noite ainda se mantinham de manhã. Antes de começar a etapa, tomamos um pequeno-almoço improvisado no complexo desportivo de Bolo Celta (uma espécie de bowling ao ar livre das Astúrias), com carcaça asturiana e fatias de fiambre com quase 100g empurrados a sumo.


Enquanto as pernas se habituavam à temperatura seguimos por estrada, passando por Borres, onde tínhamos pensado passar a noite e subindo para La Mortera. Ao longo do caminho até Santiago encontram-se diversos locais onde o caminho se divide e há a possibilidade de escolher entre percursos diferentes. La Mortera coincide com o inicio de um dos percursos que mais nos haviam recomendado: a rota dos Hospitais, um percurso de montanha que ganhou esse nome por passar por dois hospitais que ali existiram, e de que agora restam algumas ruínas, sendo o mais antigo do séc. XV.

No início da subida cruzamo-nos com os primeiros peregrinos a pé.


O nevoeiro continuava cerrado e ameaçava não deixar ver a paisagem desta variante do caminho. Finalmente, por volta dos 800m de altitude a neblina ficou para trás, e sentimos que tinha valido a pena ter escolhido aquele percurso.


Depois de ultrapassadas as primeiras ruínas apanhamos a primeira grande subida feita, com algum custo, a pé até atingirmos um pequeno planalto com alguns pinheiros onde aproveitamos para fazer uma pausa à sombra. Os peregrinos a pé não nos davam tréguas neste terreno tão inclinado e chegaram passados alguns minutos.


O terreno acidentado obrigava a que parte das subidas tivesse de ser feita a pé.
Finalmente o caminho voltava a ser ciclável, um pouco antes das ruínas do segundo hospital e assim continuou durante alguns quilómetros.


Um a um, os restantes peregrinos ficaram para trás, dando-nos incentivo e desejando continuação de bom caminho, um ou outro provavelmente pensando porque não se tinham lembrado de trazer uma bicicleta.


Depois de um sobe e desce constante, sempre acima dos 1100m, chegamos ao alto de Puerto de Palo Aí, depois de alguma hesitação (a vontade de seguir por terra era muita), seguimos o conselho que nos tinham dado nessa manhã, para não tentar fazer de bicicleta o caminho marcado mas antes para seguir por estrada até Berducedo. Demos o valor a esse conselho quando nessa noite alguns peregrinos a pé nos contaram as dificuldades que tinham passado nessa descida.

Um café ao pé da estrada foi o pretexto para nova paragem, agora para almoço, sendo o prato principal a bela da carcaça mas agora com atum. Em Berducedo voltamos a seguir as marcações. Depois de novo sobre e desce em terra e asfalto alcançamos um novo topo.



Este portão, um dos muitos que abrimos durante este caminho, dava acesso ao que seria a descida do dia.


Uma descida de mais de 7km com uns 700m de desnível. Uma descida alucinante praticamente sempre em single-track, já que mesmo no inicio onde o caminho é mais largo as pedras soltas não deixam margem para as bicicletas circularem fora da trajectória limpa. Para não destoar dos dias anteriores houve um furo, no pneu do costume, provocado por um desvio em alta velocidade contra uma dessas pedras mais afiadas. Enquanto uns se dedicavam à mecânica outros chegavam, em êxtase, ao fim da primeira parte da descida.


Na parte final um pequeno bosque de castanheiros proporcionou para mais uns minutos de diversão com mais um bom single-track.


O caminho termina praticamente em cima da barragem de Grandas de Salime e daí segue por estrada, numa subida interminável até à povoação com o mesmo nome.


A partir dai começamos a pensar onde terminar a etapa, já que tínhamos a opção de ficar em Castro, um pouco à frente ou seguir para Fonsagrada (muito mais à frente).

Acabamos por decidir avançar até onde nos fosse possível, fazendo a gestão da pouca água disponível e aproveitando algumas macieiras mais acessíveis para irmos recolhendo algo que comer.

A seguir a Penãfuente a indicação de que faltavam ainda 10km para o destino do dia. Resistindo ao asfalto continuamos a seguir as indicações subindo mais um topo em single-track. Na descida, um marco simbólico para nos lembrar que estávamos cada vez mais perto: uma pedra assinalava a despedida das Astúrias e das suas montanhas e a entrada na Galiza.


Até chegar a Fonsagrada ainda houve tempo para fazer alguns trilhos engraçados.


Lá descobrimos que, ao contrário do que pensávamos, não havia albergue. Um pequeno telefonema para o albergue de Padrón, a pouca distância e confirmamos que ainda havia vagas.

Chegamos ao albergue praticamente ao pôr-do-sol, com 75km feitos. Este albergue é uma pequena casa rústica, com paredes caiadas, chão e escadas de madeira, as inevitáveis camas de beliche, mas com todas as condições para os peregrinos, incluindo uma cozinha equipada com o suficiente para se fazer uma refeição. Apesar de não termos mais para comer do que algumas maças que ainda sobravam contamos com a solidariedade dos peregrinos que vão passando pelo albergue: seguindo uma receita secreta o Daniel brindou-nos com uma refeição de arroz com polvo (o polvo, em lata, adquirido na máquina de venda automática que estava à porta do albergue).


Lições aprendidas:Não adianta ter o bolso cheio de notas ou cartões quando a máquina de venda só aceita moedas.