quarta-feira, 19 de outubro de 2011

[A caminho de Santiago pelo caminho S.Salvador e Primitivo] Etapa 3 - 04 Outubro: Oviedo - Campiello

Com tanto “luxo” só podíamos ter uma noite descansada!

Saímos do albergue e antes de chegar à Catedral de S.Salvador fizemos uma curta paragem para café e primeiro carimbo do dia.





Em frente à Catedral encontra-se uma placa que assinala a primeira peregrinação a Santiago de Compostela. 12 séculos depois lá íamos nós seguir as suas passadas!


Seguimos durante cerca de 10kms por estrada e por caminhos agrícolas até que vieram os primeiros single-tracks.




Andámos mais 10kms até que parámos junto ao rio Nalón para comer. Poucos kms depois estávamos em Grado onde paramos para carimbar as credenciais. Desde Grado até ao Santuário Nuestra Sra. del Fresno foi sempre a subir. Foram 5kms por estrada com algumas inclinações que chegavam aos 17%. No topo parámos para almoçar.



A paragem tinha sido num local estratégico pois ao retomar o camiño tinhamos uma descida pela frente que até calhou bem para facilitar na digestão. Ao chegar à primeira aldeia parámos novamente para encher os bidons com água pois o calor não perdoava.

Continuámos por mais alguns kms e chegámos a Cornellana, passámos a ponte e seguimos numa ciclovia paralela ao rio Narcea e fomos passar ao lado do Mosteiro de S. Salvador.



Tirando a descida que tínhamos feito logo a seguir ao almoço estávamos a achar esta etapa demasiado insípida.

Uns kms mais à frente vieram novamente os trilhos e finalmente apanhámos um bocado do camiño com algumas zonas mais técnicas, subidas com pedra solta e até uma passagem de um ribeiro. Estava a melhorar... :)



Ao chegar a Salas optámos por não parar e após passarmos a vila entrámos no trilho e comçámos a subir, subir e subir durante 15kms até avistarmos as torres eólicas.




Lá no topo passámos pela aldeia de Bodenaya e encontrámos um refúgio para peregrinos onde parámos para abastecer os bidons e carimbar as credenciais.





Pedalámos por mais 10km até Tineo. A chegada ao centro de Tineo foi uma loucura, descemos 100mts de altitude em pouco mais de 300mts de distancia por ruas cheias de gente. Quando chegámos ao centro os níveis de adrenalina estavam no máximo!

O pior foi que logo a seguir tivemos que subir tudo novamente!

O objectivo desta etapa era dormir no albergue de peregrinos em Borres no entanto já não tínhamos muito tempo de luz e ainda nos faltavam mais de 15km. Como o tempo escasseava e não sabíamos muito bem o que tínhamos pela frente tivemos que aumentar o ritmo.

12km depois estávamos em Campiello. Graças à informação que os amigos Hernâni e António nos deram já estávamos prevenidos para o facto de que esta era a última civilização antes de Borres. Ou seja, em Borres não havia comida somente o albergue! Faltava apenas confirmar a disponibilidade das camas no albergue... O nosso relações públicas Daniel ligou para o albergue e disseram-lhe que não esperavam grande afluência no albergue e que de facto lá não havia restaurantes e que o melhor era jantarmos em Campiello descansados e no fim ir até lá para dormir.

Assim foi, aproveitámos também a existência de uma mercearia para comprar a comida para o pequeno almoço e almoço do dia seguinte.



Logo em frente à mercearia havia um café/restaurante. Fomos à porta ver a ementa e acabámos por ficar para jantar. Ao entrarmos já havia um grupo de peregrinos reunido em torno de uma única mesa comprida com apenas alguns lugares vagos, os nossos. O ambiente era bastante acolhedor e familiar. Rapidamente começámos também a partilhar as nossas experiências com os restantes...

Estavam à mesa, franceses, belgas, ingleses, argentinos e nós! De todos as histórias que ouvimos a que mais nos cativou foi a de um belga que tinha iniciado o camiño a pé em França e já estava em peregrinação desde 6 de Agosto de 2011.



O jantar foi bastante farto, para entrada foi bôla de carne e pão com queijo creme, depois o 1º prato foi sopa de peixe (acho que todos nós repetimos o prato), o 2º prato foi caldo galego, o 3º prato foi grão com carnes (chouriço, entrecosto,etc...) e não fosse alguém ter fome ainda veio para a mesa presunto e queijo de cabra. Para terminar uma taça de arroz doce! Fantástico! Comemos até não poder mais! Absorvemos sal suficiente para não precisarmos de isotónico na etapa seguinte! :)

Depois de um jantar assim escusado dizer que ninguém quis fazer 3kms até Borres. Ficámos a dormir no albergue particular de Campiello, propriedade da senhora Hermínia, dona do café/mini-mercado/restaurante onde jantámos. Coincidências.... É um salão relativamente grande onde cabem uns 30 beliches, uma máquina de lavar e outra de secar roupa e 3 casas de banho.

A estadia acabou por ficar mais cara mas a qualidade também foi superior aos albergues oficiais.

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